Saudações nobres leitores!
Cá estou eu, mais agitado que galinha pega pelo rabo, ao ver como a mediocridade faz a história retroceder e sentimos cada vez mais forte aquele bafo de anos de chumbo no ar.
Pra quem não sabe o que está rolando, o chargista Renato Aroeira fez uma charge de Bolsonaro aparece transformando a cruz vermelha de um hospital em suástica nazista. Obviamente que, como não se tem mais nada para o Governo se preocupar nesse momento tão de boa da pandemia, o Ministro da Justiça André Luiz Mendonça pediu à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República que abram um inquérito para investigar a charge e enquadrar o chargista na Lei de Segurança Nacional, uma das ferramentas mais usadas nos tempos da Ditadura Militar Brasileira.
Mas, como toda ação tem uma reação, e chargista gosta de ir pra pancadaria boa é de turminha mesmo, estamos reproduzindo a charge do Aroeira como forma de apoio a liberdade de opinião e repúdio a essa onda de pé na garganta de chargistas. Agora aguente porque #SomosTodosAroeira.
Trocando em miúdos, lembra no tempo de Colégio quando colocavam um apelido em algum cara e ele esperneava? O apelido pegava na hora. Pois bem, uma tonelada de chargistas aderiram em defesa do Aroeira e, uma charge que poderia esfriar em alguns dias, passou a ser um símbolo de um posicionamento que vai além da trincheira de nossas pranchetas e hoje configura como uma bandeira pela liberdade de desenhar nossas charges sem uma sombra nefasta ameaçando meter o pé na porta de nossa casa.
Achou ruim Excelentíssimo? Chora na cama que é mais quentinho…
Minha Opinião
Até esses dias tinham malucos pedindo para fechar o Congresso, doidos na rua fazendo Cosplay de Ku-Klux-Kan e o Ministro nem se coçou. O Ministro alega que é criminosa a charge por imputar ao Presidente ser nazista. Pois bem, não foi da prancheta do Aroeira que saiu o discurso de matar os inimigos políticos, que minoria ou se curva ou desaparece. Não foi de uma charge que saiu um Secretário da Cultura emulando discurso nazista em edital de arte, não foi da prancheta que saiu réplica de slogan de porta de campo de concentração nazista… Resumindo a vida, não somos nós chargistas que estamos fazendo essas barbáries. Nós estamos apenas simplificando em linhas e ironia o acervo diário o governo nos fornece. E pasmem senhores, de onde vieram essas barbaridades tem muito mais. Porém, o lápis está afiado e a caneta cheia!
Enéas Ribeiro, cartunista que também é Aroeira.