Sistema de monitoramento de presenças, implementado por Feder, falha e dá falta a milhares de professores.

Na ânsia de pressionar os professores, o empresário paulista, e atual secretário da educação do Paraná, implementa um sistema B.I de inteligência empresarial para monitorar as aulas remotas da educação pública paranaense.

Desde março de 2021, o sistema visa gerir as presenças nas aulas remotas dos professores através do acesso do docente no Google meet. Consiste em registrar a hora de entrada e de saída das aulas a partir da geração de link pelo próprio professor. O sistema deu tão errado que, em março, a  SEED não considerou as faltas geradas pelo B.I.

Em abril de 2021, os erros do sistema estão levando os professores ao adoecimento. Numa média de 30 reuniões ou mais por semana, os professores têm de verificar se o sistema está contabilizando suas entradas. Como isso não ocorre de forma correta, cabe ao professor justificar as suas faltas, o problema é que não são faltas. Alguns relatos deixam clara a total falta de seriedade do sistema, no qual o professor tem de explicar um erro que não é seu.

Na Fazenda Rio Grande, há o relato de um professor que consultou as presenças e, no dia seguinte, elas tinham desaparecido. Em Pinhais, uma professora levou pelo menos uma falta por tarde, sendo que nos outros horários estava com presença no mesmo dia. Em Piraquara, há professores com falta até setembro de 2021, em Colombo, um professor possui presenças em escola onde não ministra aulas. Nas redes sociais, existem centenas de relatos, com “prints” mostrando os equívocos do sistema. Em conversa privada com diretores e diretoras, percebe-se uma total falta de saber como agir: “Se não mandarmos a falta, somos cobrados pela SEED, se mandamos, prejudicamos os professores, que não têm culpa do erro do sistema, é uma situação muito difícil, estamos esgotados e ainda temos que resolver um problema que não é nosso” disse, de forma anônima, o diretor de um dos maiores colégios da Região Metropolitana.

As questões que saltam aos olhos são: o que pretende o Secretário Renato Feder? Que mal fizeram os educadores para sofrerem perseguições quase que semanais? Fica muito claro que a preocupação com “dados” é bem maior do que a preocupação com a efetividade da educação.