Uma das grandes marcas do século XIX ficou popularizada como o “mal do século”, sentimento que inspirou o movimento romântico influenciado pela tuberculose, doença que vitimou milhares de pessoas até a metade do século seguinte.
No século XXI a pressão por uma estética perfeita, impulsionada pela tecnologia das redes sociais, tem provocado doenças mentais que podem ser encaradas como sendo o mal deste século. Dentre essas doenças destacam-se: depressão, ansiedade, fobia e pânico. O aparecimento dessas doenças pode estar relacionado com algum trauma, problema familiar e falta de exercícios, mas seu agravante também pode estar nas mãos, em telas de smartphones
A meteórica ascensão das mídias sociais tem contribuído para o quadro patológico, principalmente dos jovens. Nesse aspecto, destacam-se as imposições estéticas inalcançáveis, que colocam um modelo de beleza a ser seguido e desejado por todos. As propagandas de beleza, na lógica da mercadoria, diz que todos podem ser como os modelos, desde que comprem cosméticos e sigam a dieta certa para o verão. No meio das redes sociais, os jovens precisam ser aceitos, não só no quesito estético, mas em todo um padrão de vida, uma ideologia que mostra, inclusive, como se deve agir para ser feliz e bem sucedido e então é necessário correr atrás destes padrões, que não existem, a não ser no mundo ideológico das propagandas.
A questão tecnológica já faz parte da constituição das pessoas, como mostra a matéria publicada pelo jornal Estado de Minas (2021), onde constam os seguintes dados: 70,3% da população brasileira utilizam redes sociais, sendo as mais acessadas o YouTube com 96,4%, Whatasapp (91,7%), Facebook (89,8%), Instagram (86,3%) e os recém-criados Tik Tok e Telegram aparecendo mais abaixo, com 47,9% e 29,4%, respectivamente. Como a circulação de informação está cada vez mais rápida e a quantidade cada vez maior, surgiu mais uma síndrome conhecida pela sigla F.O.M.O (Fear of missing out), que significa medo de perder, quando há uma ansiedade geral sobre a ideia de que outras pessoas possam estar tendo experiências satisfatórias sem você, e isso gera a necessidade contínua de estar conectado com as atividades de amigos ou outras pessoas até mesmo desconhecidas, o que faz com que muitos enfrentem dificuldades com a chegada de informações impactando na qualidade física e mental.
A falta de conhecimento sobre o assunto e até os julgamentos que os terceiros fazem dificultam ainda mais a situação, até mesmo na família ou na escola o que se tem é desdém da situação alheia.
Pessoas com doenças mentais tendem a se machucarem, como por exemplo a automutilação, cortarem o cabelo, fugir dos problemas através do sono ou drogas. Essas “vontades” surgem quando a pessoa não tem condição de pedir ajuda e, no desespero, buscam “soluções” que acabam sendo piores para elas mesmas.
Eis geração doente, que precisa de um simples olhar de atenção para ajudar e perceber o que está acontecendo, cuidando uns dos outros e de quem está próximo. Por isso ,é importante não julgar a situação alheia e sim se informar e entender como se pode ajudar.
Texto escrito por:
Lavinia Santos.
Sofia de Araújo.
Larissa de Oliveira.
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