Na próxima sexta feira (24), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) vai sediar o Seminário Estadual BNCC e Formação de Professores: por uma Educação de Qualidade Socialmente Referenciada. Organizado pela APUFPR-SSind, APP Sindicato, Observatório do Ensino Médio (Ufpr), NESEF (Ufpr), PROGRAD – Ufpr, Comissão do Ensino Médio (DEFI/Ufpr), DCE – Ufpr e Centros acadêmicos, UPES dentre outras, o evento debaterá o projeto educacional que está sendo implementado pelo governo Temer, incluindo seus impactos na formação de professores e alunos em todos os níveis de educação. Também é objetivo do Seminário propor alternativas para um ensino autônomo e democrático diante dos retrocessos que marcam a atual conjuntura nacional e local.
Seminário terá lançamento de campanha pela educação
A programação do evento também conta com o lançamento oficial da campanha Educação Sim, Retrocesso Não, encabeçada por várias entidades representativas da classe trabalhadora, da comunidade acadêmica e dos movimentos sociais.
A iniciativa propõe um amplo diálogo entre pais, professores e estudantes sobre a importância da luta contra o projeto educacional antipedagógico, antidemocrático, reducionista (diminuidor da formação) e utilitarista (exclusivamente voltado para o mercado) proposto pelo Governo Federal. A ação também envolve a denúncia e o combate a medidas como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o projeto Escola sem Partido, a Reforma do Ensino Médio e o Programa de Residência Pedagógica.
Certificado
O Seminário é gratuito e aberto a toda a comunidade. Serão disponibilizados certificados de horas complementares.
Serviço
Seminário Estadual BNCC e Formação de Professores: por uma Educação de Qualidade Socialmente Referenciada
Data: 24/8/2018 (sexta-feira)
Local: Teatro da Reitoria da UFPR (Rua XV de Novembro, 1299 – Centro – Curitiba – Paraná).
Programação:
08h30 – Programação Cultural- Secundaristas
9h – Mesa de abertura;
10h – Análise da conjuntura nacional e paranaense: elementos para pensar os rumos da educação: Luis Fernando Reis (Unioeste) e Marlei Fernandes de Carvalho- Debate.
12h – Intervalo (almoço)
14h – BNCC e formação de professores: rumos das reformas: Ana Clara Nunes (estudante), Lucília Augusta Lino (UERJ), Monica Ribeiro (UFPR) – Debate.
15h40 – Lançamento da campanha: Educação Sim, Retrocesso Não
16 h – Intervalo
16h30 – Plenária final.
18h – Atividade Cultural – Leitura dramática encenada dos “Delatores da Inconfidência”
Sobre a peça “Delatores da Inconfidência”:
O argumento consiste em debater a operação Lava Jato e sua conexão com o golpe midiático, jurídico e parlamentar de 2016 por meio da aproximação desses fatos contemporâneos com o evento histórico da Inconfidência Mineira e a perseguição aos homens e mulheres que intentaram um movimento em favor da independência do Brasil em relação a Portugal, sobretudo a prisão, a morte e o esquartejamento de Tiradentes.
A forma aproxima o espetáculo do tradicional teatro de variedades. Além do drama propriamente dito, a peça conta com cinco canções originais e duas do repertório da MPB executadas ao vivo, poemas de Cecília Meireles e dos poetas da Inconfidência.
Atualidade da Inconfidência Mineira
Aproximando-se da concepção do teatro épico de Bertolt Brecht, o texto transporta para o final do século XVIII, em Minas Gerais, críticas ao tribunal de exceção, politicamente motivado, que tem constituído a essência dos julgamentos da Lava Jato contra lideranças nacionalistas e populares, principalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Recupera, igualmente, figuras históricas da luta nacional e popular. E não apenas Tiradentes.
A peça presta uma justa homenagem ao grupo dos poetas inconfidentes, notadamente Cláudio Manuel da Costa, José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, que, a despeito de suas ambivalências e contradições, representam o primeiro grupo expressivo de intelectuais brasileiros politicamente engajados que aproximaram sua arte e sua militância em favor de uma causa social.Não menos importante, o texto resgata a esquecida figura feminista de Bárbara Eliodora. Mulher, poeta, pioneira da mineralogia que também tomou parte da insurreição mineira. Bárbara foi esposa do poeta Alvarenga Peixoto, com quem viveu por três anos sem a formal ização do matrimônio, até que uma ordem do bispo local determinasse que eles casassem. Com a detenção de seu esposo, foi fundamental para que ele não se tornasse delator. Após três anos de prisão da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, Alvarenga Peixoto foi enviado para o exílio em Angola, onde morreria devido a uma doença contraída em sua chegada. Bárbara, então, lutou juridicamente para impedir o confisco de sua parte dos bens que partilhava com o marido, tomando à frente de seus negócios.
Os tristes eventos que testemunhamos desde o início de 2015, que levaram ao golpe contra a presidente Dilma Rousseff, ao avanço do cerceamento da arte, à criminalização da política e das lutas populares… Diante deste quadro, os artistas devem reafirmar seu compromisso ético e popular – e nisso consiste a intenção primeira de Os delatores da Inconfidência
Mímesis Conexões Artísticas.
Coletivo de artistas
Participam da leitura dramática:
- Patrícia Reis Braga como Bárbara Eliodora
- Paulo Afonso Castro como o Conselheiro Procurador
- Paulo Ugolini como o juiz Sérvolo de Moura
- Yuri Campagnaro como o governador Fanfarrão Minésio
- Chiris Gomes como Cecília Meireles
- Fernando Marcelino como Alberico Bico Doce
- Octavio Camargo como o Conde da Diamantina
- Paulo Bearzoti Filho como José Alvarenga Peixoto
- Grupo Musical com Elio Chaves, Jean Gabriel Coutinho, Ingrid Coutinho, Ricardo Pazello, Fernando Marcelino, Yuri Campagnaro
- Declamações de Gregório Brunning e Chiris Gomes.
- Texto original de Paulo Bearzoti Filho