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“Recebi entre R$ 25 e R$ 30 mil do Governo Federal”, diz dono de padaria que teria fornecido mais de R$ 1 milhão em Bombons para o Exército

Por José Pires 

No último dia 24, levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Portal Metrópoles, divulgou com base no Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia que, no último ano, todos os órgãos do executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019.

Os valores chamam a atenção. Só em goma de mascar, por exemplo, foram R$ 2.203.681, 89 aos cofres públicos. Sem contar a compra de molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta que, juntos, somam mais de R$ 14 milhões do montante pago. Pizza e refrigerante também fizeram parte do cardápio do ano. Débito de R$ 32,7 milhões dos cofres da União.

Entre as compras se destaca também a aquisição de bombons no valor de R$ 1.010.042,33. A empresa que recebeu o montante é a “ESTELA PANIFICADORA E CONFEITARIA EIRELI”, como mostra o Portal da Transparência do Governo Federal. A Panificadora fica na cidade de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Em entrevista ao Parágrafo 2, o responsável pelo estabelecimento, César Fernandes, rebate as informações divulgadas pelo Metrópoles. “Não forneci nada para Jair Bolsonaro. Vencemos uma licitação para fornecer produtos para o Exército, ou seja, para todos os quartéis de Curitiba e Região Metropolitana, que se não me engano são 15”, explica.

César destaca também que não recebeu R$ 1 milhão como revela o Portal da Transparência. “Recebi entre R$ 25 e R$ 30 mil pelos produtos que fornecemos para os quartéis. Quando uma licitação é aberta não significa que todo o montante será gasto, muitas vezes apenas uma parte dele é”, argumenta.  No entanto, a descrição das despesas do governo federal no Portal da Transparência mostra que a maioria dos pagamentos à Estela Panificadora e Confeitaria Eireli – com parcelas que chegam a R$ 28 mil – já teriam sido feitos e outros estariam em andamento.  

Sobre o valor dos bombons serem acima da média (R$ 89 a unidade), César diz que isso é um erro de interpretação. “Cada unidade não custa R$ 89, esse valor é o do cento, ou seja, de uma caixa com 100 unidades”.

 

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About José Pires

É Jornalista e editor do Parágrafo 2. Cobre temas ligados à luta indígena; meio ambiente; luta por moradia; realidade de imigrantes; educação; política e cultura. É assessor de imprensa do Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana - SINPES e como freelancer produz conteúdo para outros veículos de jornalismo independente.