Os servidores e servidoras do estado do Paraná iniciaram, em 22 de junho deste ano, uma greve unificada, que cresce e ganha mais força a cada dia. O que pedem os servidores?
Há mais de três anos os funcionalismo público paranaense não recebe reajuste. Enquanto tudo sobe. gás, gasolina, luz, água, alimentos e moradia, a data-base é um direito de todos os trabalhadores, que consiste em terem um reajuste salarial compatível com a inflação do ano. No Paraná, porém, este reajuste não acontece há quase quatro anos, chegando a 17% de perda salarial para os funcionários da educação, saúde e segurança.
Os piores oito anos da história recente do Paraná, sob o comando de Beto Richa, foram catastróficos para aqueles que cuidam do funcionamento do Estado. Ratinho Júnior, em seis meses de governo, demonstra que será ainda pior. Autoritário, diz que não conversa com grevistas, se ao menos uma vez tivesse pego no pesado, saberia que a greve é o último recurso do trabalhador.
No dia 03 de julho, o governador fez uma proposta que beira o ridículo e só não é uma piada de mal gosto por se tratar da vida de milhares de pessoas. O governo propôs um reajuste de, pasmem, 4,09% divididos em quatro anos, sendo 0,5% em 2019, 1,5% em 2020. E se por acaso a receita do estado crescer no mínimo 6,5% em 2021 e 7% em 2022 mais 1,5% em cada ano. Para obter esses reajustes, os servidores teriam que abrir mãos de outros direitos historicamente adquiridos, como licenças, por exemplo.
A questão que se pode fazer é: por que esses números, por que 6,5 e 7% ? Na história do Paraná a receita nunca aumentou mais de 4%, dessa forma, o governo, além de eliminar os direitos já adquiridos, não teria problemas em não pagar as outras duas parcelas restantes. Além disso o governo nem citou os 17% dos últimos anos e não levou em conta a inflação que está por vir.
Ratinho Júnior, com salário de mais de trinta e três mil reais mensais não tem o mesmo autoritarismo com o judiciário ou com o servidorismo do tribunal de contas, que tiveram, e mantém, seus reajustes em dia.
O descaso do governador chega ao cúmulo de ignorar a massa gigantesca acampada em frente ao Palácio Iguaçu. Não chamou nenhum representante dos sindicatos para conversa, ao contrário, convocou a imprensa para anunciar o deboche que ousou chamar de proposta. A imprensa paranaense, de forma covarde ignorou a passeata de quase vinte mil pessoas, no dia 1° de julho , “ignorou” é um termo pomposo, visto que uma das televisões é do pai do governador e a outra é a RPC, com seu jornalismo sem sal e interesseiro.
São os servidores e servidoras que ensinam as crianças e jovens do Paraná, cuidam dos enfermos e protegem os cidadãos. Um governo que trata seus servidores dessa maneira mostra o tamanho da consideração que tem pelo povo que o elegeu.
O governo ainda apresentou a PLC 04/2019 que congela por vinte anos as progressões e data-base de todo o funcionalismo público, jogando no lixo milhares de carreiras e milhares de vidas dedicadas à população.
Como um bom capacho do capital, Ratinho Júnior abriu mão de mais de 10 bilhões em desoneração de grandes empresas e do agronegócio. O reajuste da inflação deste ano custaria aos cofres públicos 1 bilhão. Com essa atitude, sabe-se bem os interesses de quem o governador quer defender.
As categorias que declararam greve são:
1- Policia Militar (9 entidades)
2- SindUepg PG
3- App PR
4- Sintespo PG
5- Sindiseab PR
6- Sindipol PR
7- Sinpoapar Peritos
8- Sinteemar Mga
9- Sesduem Mga
10- Afuem, Aduem e DCE Mga
11- UENP – Norte Pioneiro
12- Sindarspen- Agentes Penitenciários
13- Adunicentro Gpuava e Irati
14- Sintesu Gpuava e Irati
15- SindiSaude PR
16 – Assuel Londrina
17- Sindiprol Uel
18- Unespar: Apucarana, Campo Mourão, Curitiba I e II, Paranaguá, Paranavaí, União da Vitória.
19- SinDetran -Apoio
20- Sinssp – Apoio
21- Sinteoeste- Apoio
22- Adunioeste -Apoio.
[ngg src=”galleries” ids=”3″ display=”basic_thumbnail”]