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Racismo e perda da terra: suicídio de indígenas dispara no Brasil

Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio 

Via: Observatório do Terceiro Setor 

Crédito da imagem: Agência Brasil

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou um relatório, em setembro do ano passado, no qual denuncia o aumento do número de suicídios entre indígenas no Brasil.

Segundo a antropóloga responsável pela elaboração do documento, Lúcia Helena Rangel, o racismo, as pressões sociais e as limitações de território, motivadas por conflitos de terra, são as principais causas para os suicídios.

Os jovens indígenas, entre 14 e 29 anos, são as principais vítimas de mortes causadas por lesões autoprovocadas. A média é de um caso de suicídio a cada três dias.

Nos casos de suicídio entre indígenas em todo o país, o documento do Cimi destaca os altos índices registrados nos estados do Amazonas e Mato Grosso do Sul. As duas regiões carregam as marcas de uma série de conflitos fundiários, principalmente entre ruralistas e indígenas que pedem a regularização das terras.

De acordo com os dados divulgados, juntos, os dois estados concentram mais da metade dos casos de suicídio entre indígenas em aldeias e nas cidades. No Amazonas, foram 54 mortes do tipo e, no Mato Grosso do Sul, foram 31 apenas entre 2016 e 2017.

Das 1.306 terras reivindicadas pelos povos indígenas no Brasil, 847 terras (64% do total) apresentam alguma pendência do Estado para a finalização do processo demarcatório e o registro como território tradicional indígena na Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Destas 847, um volume de 537 terras (63%) não teve ainda nenhuma providência adotada pelo Estado.

About José Pires

É Jornalista e editor do Parágrafo 2. Cobre temas ligados à luta indígena; meio ambiente; luta por moradia; realidade de imigrantes; educação; política e cultura. É assessor de imprensa do Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana - SINPES e como freelancer produz conteúdo para outros veículos de jornalismo independente.