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Professor Piva e Ivan Bernardo passam por sabatina na PUC – PR

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) iniciou, na noite do dia 10, no auditório John Henry Newman, o primeiro ciclo de sabatinas com os candidatos ao governo do estado, Professor Piva (PSOL) e Ivan Bernardo (PSTU). Abordando as propostas dos concorrentes para os temas segurança pública, educação, saúde, cultura, turismo e fatos atuais como a agressão ao candidato a Deputado Estadual Renato Almeida Freitas Jr. (PT), no último dia 09, pela Guarda Municipal de Curitiba na Praça do Gaúcho, e, o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro.

O histórico do Professor Piva (PSOL) é de campanhas modestas e com pouco investimento não ultrapassando a marca dos três dígitos. O candidato conta com a verba de pouco mais de 15 mil reais para projetar sua ida ao governo do estado. No entanto, nas últimas eleições para deputado estadual, prefeito e, com expressiva votação de 51 mil votos, para o cargo de senador, com apenas 5 mil reais, não conseguiu ser eleito.

“Não sou um político de carreira, profissional, para ter 300 mil votos tenho que distribuir vale gás, gasolina, comida, as pessoas recebem 50 reais e o candidato alega que é dinheiro de campanha, é pra compra de votos, só assim, conseguiria um pouco mais e sou eleito governador”, enfatizou Piva. O candidato diz que há uma complacência do povo com os meios de corrupção e, mesmo com a Operação Lava-Jato, estes não se extinguiram, apenas tomaram outras formas de existir.

Piva, considera a sua candidatura de “militância e de “enfrentamento ideológico”, brigando no mesmo campo de ideias dos outros candidatos, porém, apresenta 2% das intenções de votos e nas últimas pesquisas, segundo o Professor, “tive uma expressiva rejeição da população não alçando nem o 1%”. O que o impediu de participar dos debates televisivos no SBT e na Globo, mas com a possibilidades de participar na Rede Record. Ou seja, das quatros grandes emissoras do país, apenas Bandeirantes e Record deram espaço para divulgação da campanha do PSOL ao governo do estado. “Há um controle hegemônico dos meios de comunicação e política, nós vivemos uma falsa democracia, na Globo aparecem só os candidatos do Temer e do Richa”, explicou sobre a sua ausência nos debates.

Uma das propostas ao governo do estado é a desmilitarização da polícia, pois o candidato Professor Piva desacredita no modelo atual que os agentes do governo são treinados para a guerra. A proposta consiste em humanizar a Polícia Militar que julga atos como masculinidade, princípio básico para exercer a função, e, não se deixar influenciar por romances, deméritos, isto de acordo com o exigido no último edital de nº 01 para Cadetes da PMPR-2019.

A desmilitarização permitiria criar uma polícia profissional e integrada com todos os outros comandos, (Ex.: Polícia Federal, Civil, Guarda Municipal etc.), evitando ações desastrosas da “bancada do camburão” e do Beto Richa, como no dia 29 de abril. Ou, da agressão no domingo, dia 09/09, ao candidato a deputado estadual Renato Almeida Freitas Jr. que, após ser preso numa ação violenta da polícia em 2016, foi atingido por dois tiros de balas de borracha, nas costas e na mão esquerda, quando fazia panfletagem para a campanha na Praça do Gaúcho. “A ação da Guarda Municipal, em relação a Renato, foi simplesmente devido à condição de rapaz negro”, reflete o candidato do PSOL.

Professor Piva na sabatina da PUCPR não poupou ataques à classe política, da qual quer fazer parte, e ao ex-governador Beto Richa e, seu possível sucessor, Ratinho Junior. A relação delicada e nada amigável com o concorrente vem como enfretamento àqueles que detêm privilégios no estado. Sem tradição na política e de família de agricultores do interior, o candidato do PSOL, conjectura que a cadeira de governante do Paraná foi ocupada por 36 famílias desde o começo do século e duas, desse montante, estiveram no poder por 24 anos e nas próximas eleições, segundo Piva, deixarão novamente herdeiros na política.

Nem o candidato a Presidência do partido Guilherme Castro Boulos ficou de fora. “O Boulos é um rapaz bem intencionado, com trinta e poucos anos, mas deve se preocupar com a campanha dele, não com o Lula Livre. As propostas de sonho falso, a carta ao povo brasileiro, foram marcos da direita e um desserviço do lulismo contra a própria esquerda que o Brasil levará 200 anos para se recompor […] se houve golpe contra a Dilma, eu não sei! por questões do processo, mas foi um golpe contra o povo”, declara.

As palavras do candidato do PSOL refletem a pulverização da esquerda no país em que os partidos rumam longe das águas turbulentas da imagem do PT. Bem como desferem ataques e chistes como o segundo candidato da noite Professor Ivan Bernardo (PSTU) se referiu ao PSOL como “puxadinho do PT”, no entanto, Piva diz que são divergentes das ideias petistas desde 2002 quando 4 dissidentes do PT formaram o PSOL, “Lula vendeu a alma ao diabo e uma hora ele vem cobrar”, conclui.

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O segundo candidato da noite, Ivan Bernardo (PSTU), apresentou propostas poucos consistentes para o governo, citando nas entrelinhas o uso de armas que de acordo com o candidato “nunca fomos nós os primeiros a derramar sangue”. Sendo direto nas respostas e, apesar de enxergar os rumos da sociedade, a necessidade de legitimidade e a defesa de direitos dos negros, indígenas, quilombolas e dos LGBTS, a sabatina permeou uma contínua e insistente fala sobre uma Revolução Socialista.

O Professor Ivan foi enfático e realista nas respostas propondo estatizar as 100 maiores empresas do país que detêm 70% do PIB nacional e desapropriar 45% das terras nas mãos de apenas 1% dos latifundiários. Também é a favor de não pagar a dívida pública aos bancos. Cobrar das grandes empresas que defasam a previdência pública e que tem superávit financeiro para equilibrar as contas. Na saúde o candidato do PSTU pretende reduzir gastos com instituições filantrópicas como a Santa Casa e destinar para o Sistema Único de Saúde – SUS. “Organizar os de baixo para derrubar os de cima, toda a verba pública para a saúde pública”, propõe.

O candidato do PSTU ao governo do estado do Paraná em referência ao incêndio ocorrido no Museu Nacional no Rio de Janeiro descreveu que “não há investimentos na cultura, o último presidente a visitar o Museu Nacional foi Juscelino Kubistchek, é preciso combater o racismo religioso e a inclusão da história afro nas escolas, valorizar a cultura”. Ainda reforçou, “não há medidas paliativas para empoderamento, para a mudança é necessário à participação ativa do povo, quanto mais negros, indígenas, mulheres, LGBT’s na política nós faremos uma revolução. […] Lutamos para que a sociedade seja um losângulo e não uma pirâmide, a burguesia existe e está organizada” pontua.

Os candidatos ao governo do Estado do Paraná convergiram em pautas importantes para a população como a proposta de reforma do ensino médio com a exclusão de disciplinas da grade escolar de Filosofia, Sociologia, considerada por ambos, professores de formação, um retrocesso para a educação. Pois, a escola é um lugar de debate e de liberdade. O candidato do PSTU, Ivan Bernardo, diz que é importante o ensino da religião para o respeito, mas é contra a doutrinação religiosa.

As sabatinas da Pontifícia Universidade Católica com os postulantes ao cargo de governador ocorrem do dia 10 ao dia 14 de setembro, das 19h às 22h15, com dois candidatos por noite e um na última noite, serão sabatinados 9 dos 10 candidatos com exceção de Cida Borghetti, do Partido Progressista, que não comparecerá por conflitos de agenda.

Fonte:

Sabatina PUC PR 2018

https://www.youtube.com/watch?v=SlcND3NqPns

Ivan Bernardo (PSTU)

https://www.youtube.com/watch?v=SlcND3NqPns

Professor PIVA (PSOL)

https://www.youtube.com/watch?v=OHXKgppGUr0

 

 

 

About Mario Luiz Costa Junior

Jornalista e Músico, integrante colaborador do Parágrafo 2. Cronista urbano e repórter de cultura e sociedade, tem como referência os textos literários e jornalísticos de Gabriel Garcia Márquez e Nelson Rodrigues, da lírica de Cartola e da confluência de outras artes, como o cinema, no retrato do cotidiano no enfoque da notícia. Acredita que viver é um ato resiliente no caminho de pedra para a luz.