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Acastelados vereadores aprovam “Pacotaço do Greca”. 2º Turno da votação ocorre nesta terça (19)

Como de costume o poder estatal recebeu de braços abertos os servidores municipais na casa do povo. Abertos em cordão para impedir a entrada daqueles contrários ao desmonte do serviço público. Guardas Municipais e Policiais Militares tornaram a sessão “tranquila” para os vereadores.  “Nossa preocupação é dar segurança para que os vereadores discutam e votem com tranquilidade. Já tivemos experiência negativa, em julho de 2017, quando não conseguimos dar segurança aos vereadores. Por isso usamos a Polícia Militar e a Guarda Municipal para que eles pudessem votar com tranquilidade”, disse ao Meio Dia Paraná.

E a consciência dos nossos representantes, será que está tranquila? Tranquila em dar um reajuste abaixo do pleiteado pelos servidores. Tranquila em impor limites à atividade sindical. Tranquila em congelar o plano de carreira dos servidores municipais. Só Deus saberá. Mas o fato é que neste 1º turno da votação o “Pacotaço do Greca” foi aprovado por 33 dos 39 vereadores da casa. Isso mesmo. A esmagadora maioria dos vereadores estão de acordo com a forma nefasta que o nosso prefeito trata o serviço público municipal. (Veja a lista no site do Sismuc clicando AQUI).

Bancada do tratoraço usa violência policial para aprovar ataques

(Texto do Sismuc)

Servidores retomam às atividades nesta terça-feira (19), com mobilização junto à população para denunciar ataques e defender o serviço público

Greca e os vereadores da base de apoio ao prefeito repetiram nesta segunda-feira (18) a mesma receita de 2017 para retirar o direito dos servidores: violência policial, conchavo político e o desrespeito a todas as regras democráticas. A manobra foi tão vergonhosa que os aliados de Greca não tiveram sequer coragem de defender os projetos no plenário antes da votação.

Greca e seus comparsas estão com os dias contados. Seu tempo de destruição termina na próxima eleição, mas as servidoras e servidores municipais têm um compromisso com o futuro de Curitiba e continuarão mobilizados para impedir que destruam ainda mais os serviços públicos.

É por isso que a assembleia realizada na tarde dessa segunda-feira (18) decidiu que o funcionalismo retorna às atividades a partir de amanhã. Se Greca e os vereadores da base de apoio se recusam a ouvir quem conhece a realidade dos serviços públicos, falaremos para a população trabalhadora que atendemos todos os dias e que sente na pele as consequências das medidas aprovadas.

No início da tarde, os servidores manifestaram sua indignação com a desvalorização promovida por Greca e sua turma por meio de uma intervenção artística nas escadarias da Câmara Municipal. O recado simboliza a força da união das servidoras e servidores que se somam a população para defender seus direitos mesmo sob fortes ataques!

A mobilização continua, com diálogo e panfletagem junto aos colegas de trabalho e com a população trabalhadora de nossa cidade. Não daremos um minuto de sossego aos vereadores e ao prefeito que atacam a qualidade dos serviços públicos porque querem privatizar e transformar em mercadoria o acesso à saúde, educação e assistência social. Firmes!

Entenda o que os ataques aprovados representam:

Plano de Carreira e auxílio-transporte

O congelamento por mais dois anos dos planos de carreira dos servidores foi aprovado por 22 votos a 10. A proposta mantém todos os mecanismos de crescimentos suspensos até 31 de dezembro de 2021.

A votação deixou claro que Greca mentiu duas vezes. Primeiro, durante a campanha eleitoral, quando prometeu que iria honrar os planos de carreira. E, mentiu novamente em 2017, durante a aprovação do pacotaço. O congelamento de dois anos e a extensão desse congelamento, agora, por mais dois anos são manobras para enterrar definitivamente os planos de carreira.

Os vereadores da base aliada não tiveram coragem de debater, nem de defender a proposta. Ficou claro só depois da votação que a proposta aprovada é um substitutivo, apresentado na véspera, que congela por mais dois anos as carreiras e também trata do auxílio-transporte. A redação confusa dá margem para a gestão definir se vai fazer o pagamento em pecúnia ou no cartão do ônibus. Se enganam se pensam que essa manobra vai diminuir a indignação das servidoras e servidores, que não cairão no velho jogo de quem dá com uma mão para tirar com outra!

Organização sindical

Os vereadores aprovaram o projeto de lei que ataca a organização dos trabalhadores também sem nenhum debate ou justificativa. A proposta limita a seis o número de diretores liberados para atuação sindical.

Com a proposta, o SISMUC, que representa a grande maioria dos servidores e possui 16 liberados, perderá 10 diretores.

A redução do número de diretores liberados busca enfraquecer a luta dos trabalhadores na defesa dos seus direitos e viola os princípios de autonomia e liberdade de organização. A proposta permite maior pressão da administração sobre o conjunto dos trabalhadores e visa enfraquecer a resistência aos ataques.

Reajuste salarial

No projeto de lei da data-base, vereadores da oposição apresentaram emendas para aumentar o índice de 3,5% de reajuste, mas não foram aprovados, mesmo com demonstração de estudos comprovando que um aumento maior não iria atingir o limite prudencial de gastos previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim foi aprovado em primeira discussão o reajuste de 3,5%, índice que não repõem as perdas de cerca de 10% acumuladas na gestão Greca e nem considera a perda histórica de 9,95% acumulada desde 1999 até fevereiro de 2016 para os servidores do quadro geral.

Como foram colocados em regime de urgência para votação, sem nenhuma explicação, os três projetos deverão ser votados em segunda discussão já na terça-feira (19). A assembleia realizada no início da tarde dessa segunda decidiu pela realização de um ato durante a votação em segundo turno. Por isso, organize o seu local de trabalho e garanta a participação de pelo menos um representante da sua unidade!

Dos quatro ataques protocolados por Greca, apenas o projeto que extingue 31 cargos públicos não tramita em regime de urgência.

Desde que assumiu, o desgoverno Greca vem sucateando as carreiras públicas e destruindo a qualidade do serviço público. Só com a união da categoria poderemos barrar os ataques!

 

Por Everton Mossato com informações da Tribuna do Paraná e Sismuc.

Foto destaque: Rodrigo Fonseca/CMC

About Everton Mossato

É jornalista, cofundador do Parágrafo 2, "emprestado" ao funcionalismo público. Descabaçou como repórter em jornais de bairro de Curitiba. Já teve uns blogs e editou o documentário Tabaco - As folhas da incerteza. Aprecia o ritmo de produção intermitente e acredita que boas "estórias" devem ser contadas sem pressa.