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A festa no templo aconteceu no último dia 23

O Retorno de Krishna

O portão de aço do número 76 da estreita rua Duque de Caxias está levantado.Embaixo dele a movimentação e a música não deixam espaço para dúvidas, é um dia de festa. Poderia ser só mais um agrupamento de pessoas próximo ao Largo da Ordem, um local de noites reconhecidamente mundanas, cheio de bares, loucos sem-teto e dependentes químicos que se arrastam pelo centro histórico de Curitiba.

São 19 horas, não há mais nenhuma nuvem no céu.

Ao passar pelo portão e entrar pela porta pode-se notar que balões dourados enfeitam o recinto. Eles estão espalhados pelas paredes, pelas colunas nos cantos da sala e pelo teto, no que é o andar inferior daquela simples casa amarela de dois andares a qual, não fosse pela placa na fachada, o transeunte desinformado não saberia se tratar de um templo.

A música é inconfundível, trata-se do maha mantra  “Hare Krishna Hare Krishna, Krishna Krishna Hare Hare / Hare Rama Hare Rama, Rama Rama Hare Hare” entoado, cantado e recitado, ao mesmo tempo, por cerca de 75 pessoas  em um pequeno espaço, menor que muitas salas de aula do ensino fundamental e maior que muitas suítes da classe média.

O lugar parece apertado para tanta gente. Em dias normais o templo recebe cerca de 10 pessoas, hoje esse número multiplicou-se por 7. Sobre o assoalho de madeira há cadeiras (algumas de plástico, outras de madeira), mas não o suficiente para evitar que algumas pessoas fiquem em pé ou sentadas no chão, em um dos vários colchonetezinhos quadrados que são distribuídos pelos devotos, moradores do local.

A primeira vista parece estranho, mas a maioria prefere ficar sentada.

Normalmente os festivais da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON) em Curitiba ocorrem no andar superior da casa, no que é chamado pelos devotos de ‘’a sala do templo’’ ou ‘’a sala do altar’’, mas enquanto o festival Goura Purnima acontece, a todo vapor no andar debaixo, os organizadores da festa arrumam essa outra sala, que acabara de passar por uma reforma.

O público não parece se importar com esse contratempo. Os visitantes assistem atentamente à palestra de Lokasakshi Dasa (licenciado em filosofia, instrutor de sânscrito e cultura védica e um dos fundadores do movimento Hare Krishna no Brasil).

Lokasakshi é um tipo de semblante pacifico, de estatura baixa, de cabelos grisalhos, que, assim como muitos devotos fazem, veste branco e usa um colar de flores muito similar aos colares havaianos.

A comemoração é pelo aparecimento de Caitanya Mahaprabhu, considerado uma encarnação de Krishna e pioneiro na propagação do famoso mantra Hare Krishna (chamado de ‘’maha mantra’’, cujo o significado é ‘’o maior de todos os cânticos’’).

Acredita-se que  Caitanya Mahaprabhu vem novamente a nossa era  com um processo renovador que objetiva trazer o entendimento espiritual nesses tempos onde o materialismo impera na vida dos seres humanos (nossa era é identificada pelo movimento como o ‘’Kali-Yuga’’ citado nas escrituras hindus como um tempo onde há a total degradação espiritual, moral e cultural na sociedade).

Para os Hare Krishna a meta da vida humana é a compreensão espiritual. Acredita-se que, em nossa época, as pessoas apresentam grande dificuldade em compreender esse aspecto da vida.

Glorificar Caitanya Mahaprabhu significa também comemorar o aparecimento do maha mantra, considerado por eles a forma mais simples e mais eficaz de elevar alguém espiritualmente.

Caitanya (pronuncia-se ‘’tchaitania’’) Mahaprabhu

Caitanya (pronuncia-se ‘’tchaitania’’) Mahaprabhu

Krishna é o mesmo Deus adorado na Bíblia, o Alá dos islâmicos e o Jeová judaico . Deus tem ilimitados nomes e Krishna é um deles. Deus não está sujeito a lógica, é um processo ilimitado e por isso pode ter vários nomes. ’’ Afirma Lokasakshi Dasa sob olhares fixos de um templo lotado.

Muitos dos que estão no lugar pela primeira vez não sabem, mas o movimento Hare Krishna veio de uma cultura monoteísta na Índia e seus devotos acreditam que ‘’Deus tem tantas formas como ondas no mar, se manifestando de acordo com o tempo, o local e a circunstancia. O que não faz com que ele deixe de ser um só’’. Conforme explica um jovem devoto de cabeça raspada, que se apresenta como Bhakta Miguel.

Durante sua palestra Lokasakshi Dasa também faz comparações entre o relacionamento com o supremo e os prazeres e relacionamentos mundanos.

‘’A procura por um relacionamento amoroso é a procura por um ser perfeito. O ser perfeito é Deus. Nossos relacionamentos nesse mundo não nos satisfazem. Nossas expectativas nos relacionamentos nesse mundo nos frustram. Estamos nos apegando a uma realidade transitória enquanto nossa alma é algo supremo’’.

Os Hare Krishna acreditam que a alma é eterna e que nossa passagem pela terra faz parte de um enorme ciclo  de nascimentos e mortes, onde acumulamos o que é chamado por eles de “Karma”. Sendo assim os princípios Hare Krishna nos ajudariam a nos conectarmos novamente com a essência de nossa alma tornando-a livre da perpetuação desse Karma. Essa essência corresponde a um eu verdadeiro que, segundo os devotos, seria ‘’pleno de felicidade, pleno de conhecimento e pleno de eternidade’’.

’’ Todos nós temos nosso Karma. Toda ação que a gente realiza gera uma reação. Se a gente realiza uma atividade piedosa isso gera um karma piedoso. Se praticarmos algo considerado impiedoso ou pecaminoso isso gera um Karma negativo. É como um saldo bancário, se você pratica praticas pecaminosas previstas nas escrituras você vai tirando pontos positivos de sua conta enquanto com atividades positivas você vai depositando nela. É difícil encontrarmos pessoas que só executem atividades positivas durante a vida, portanto nossa vida é um misto das duas coisas, a gente vai ter uma cota para poder desfrutar desse saldo piedoso que a gente gerou. Assim como todos nós temos nosso fardo, o que muda é como nós vamos reagir a esse fardo. Esses saldos podem determinar como vamos seguir a vida, tudo que teremos que passar, todas as pessoas com quem vamos nos relacionar Compreendendo a lei do Karma o ciclo de vidas e mortes que dura milhares de anos pode ser interrompido a medida que vivemos uma vida espiritual aqui mesmo.’’ Diz Miguel.

Lokasakshi Dasa, palestrante convidado e uma das maiores autoridades em cultura védica do Brasil.

Lokasakshi Dasa, palestrante convidado e uma das maiores autoridades em cultura védica do Brasil.

‘’-Como nos conectamos com Krishna!?’’

Pergunta em determinado momento Lokasakshi Dasa para a platéia, que fica em silêncio.

‘’-Qual é o primeiro passo que tomamos quando queremos conquistar alguém com quem queremos nos relacionar amorosamente!?’’

Alguns se arriscam:

‘’-Conhecemos a pessoa!’’ Diz uma senhora que está sentada aos pés do palestrante.

‘’-Conversamos!’’ Diz outra mulher.

Então Lokasakshi Dasa arremata:

‘’- A gente da uma cantada!’’

*Risos tomam conta da platéia.

O palestrante usa do termo ‘’cantada’’ para referir-se ao maha mantra ou o canto ‘’Hare Krishna’’. Canto que certamente é a razão de muitos estarem no local (afinal esse mantra é conhecidíssimo, estando presente em musicas que vão de ‘’My Sweet Lord’’ do ex-Beatle George Harrison até ‘’mantra’’ do ex-Titãs Nando Reis).

Crê-se que esse maha mantra faz parte de um processo que ajuda a remover as impurezas da alma e que nos liberta de nossa natureza material. “Hare Krishna Hare Krishna, Krishna Krishna Hare Hare / Hare Rama Hare Rama, Rama Rama Hare Hare” é entoado na salinha por todas as pessoas ali sentadas, acompanhadas de um Harmonium indiano tocado por uma mulher que usa uma espécie de véu sobre os cabelos e que está sentada no chão, ao lado de Lokasakshi Dasa. O instrumento lembra em muito uma mistura de teclado com acordeom.

Do lado de fora da casa, apoiado sobre um suporte de cabides cheio de roupas e acompanhado de outros devotos, o simpático Caitanya  Lila das (nome espiritual cujo o significado é ‘’servo nos passatempos de Deus’’) termina uma conversa com uma adolescente de cabelos loiros, com piercing no septo e moletom da GAP ‘’Me tornar Hare Krishna foi a melhor decisão que eu tomei na minha vida’’ diz ele, ‘’e aí está pronta para se tornar Hare krishna!?’’ pergunta, a menina ri e promete retornar ao templo.

Os devotos de Krishna, em regra, apresentam o bom humor como característica marcante.

Caitanya Lila das não mora no templo e ganha a vida como taxista na capital paranaense, ele alega que muitos de seus passageiros ficam curiosos sobre o movimento Hare Krishna, sobre seu visual e em especial sobre sua sika (muitos devotos raspam a cabeça em sinal de renuncia e deixam um pouco de cabelo na parte traseira da cabeça, o que é chamado pelos Hare Krishna de ‘’sika’’).

 Caitanya Lila das, explica que ‘’dentro da cultura indiana a sika tem um significado diferenciado. Lá na índia temos os budistas e os mayavadis que também raspam a cabeça. Mas, ao contrario de nós, eles raspam totalmente a cabeça, o que significa que eles renunciam a tudo, (não apenas a aparência) inclusive a concepção pessoal de existência. Porque na visão deles o sofrimento advém do fato de haver personalidade, portanto eles raspam toda a cabeça para dizer ‘’eu renuncio a tudo, inclusive a minha personalidade’’. Do contrário nós acreditamos que energia espiritual é o oposto da energia material, logo a personalidade estando no plano espiritual é desprovida dos defeitos do plano material, por isso deixamos a sika’’.

De repente ouvimos um som alto, que vem de algo parecido com uma sineta. Novamente os que estão na palestra começam a cantar. Um devoto vem avisar que já podemos subir até a sala do templo, Caitanya Lila das parece feliz e nos convida a entrar ‘’vamos cantar!?’’ ele diz,  sai para se juntar aos demais e some na pequena aglomeração que se forma a caminho de uma escada onde todos tiram seus calçados e sobem ao segundo andar.

Durante o cerimonial os monges e devotos que moram no templo (facilmente identificados pela roupa característica que vestem) vão ao centro da sala, acompanhados por Lokasakshi Dasa. O local fica rapidamente cheio.

Todos os devotos tocam um sino, que fica no topo da escada quando entram, e em seguida se prostram em reverência, tocando a cabeça e as mãos no chão, um gesto similar ao feito pelos muçulmanos quando estão em oração.

 O som de percussão vindo de um instrumento chamado mrdanga,  tocado por um dos servos, toma conta do cômodo. Outros o acompanham com pequenos sinos e pode-se notar reverências em direção a uma imagem de Srila Prabhupada, que foi o mais conhecido monge Hare Krishna e responsável por repassar conhecimentos milenares adquiridos através dos vedas e do Bhagavad-gita para o Icidente durante os anos 60.

Prabhupada é conhecido também como Fundador da Sociedade Internacional para a consciência de Krishna.

Srila Prabhupada, popularizou o Hare Krishna no ocidente.

Srila Prabhupada, popularizou o Hare Krishna no ocidente.

Um rapaz surge da cozinha cuja porta da para aquela sala, com um tipo de lamparina, que possui uma espécie de mecha feita de algodão acesa, e pede para que algumas pessoas, que estão longe do altar, coloquem uma das mãos sobre o fogo e passe pela testa.

Esse fogo é alimentado por um óleo vindo de uma manteiga especial chamada Ghee. A manteiga, que é  conhecida por ser a mais pura já fabricada, é uma das oferendas oferecidas as deidades naquela noite. Elementos como o incenso , a água e o ar  também são oferecidos em um processo conhecido como Arati.

Na chamada sala do templo a um altar de madeira a poucos centímetros do chão, rodeado por uma pequena cerca também de madeira.Sobre a plataforma existem duas bancadas de mármore, uma delas sutilmente mais alta do que a outra, sobre as quais se encontram as deidades (representações materiais de Deus) que também estão presentes em quadros que decoram todo o lugar.As deidades no altar são seis, sendo que duas destas são reconhecidas como as principais, Sri Caitanya Mahaprabhu e Sri Nityananda.

Frente a elas e da imagem de Prabhupada todos os devotos e pessoas no recinto passam a cantar em alto e em bom som o maha mantra Hare Krishna entre outros mantras com grande entusiasmo.

Sorrisos e feições alegres tomam conta dos rostos dos devotos, ao mesmo tempo em que dançam saltitando pelo local como torcedores de uma equipe de futebol festejando pelas ruas quando seu time de coração acaba de vencer um clássico.

O devoto Miguel me explica que esse entusiasmo é também uma forma de satisfazer, tanto o mestre espiritual quanto as deidades no altar. ‘’O mantra gera felicidade, então quanto mais entusiasmo, esse canto carrega e quanto mais ele é feito de forma alegre mais alegramos as deidades. Cantar é também uma forma de adoração a elas ’’ .

Bakhta Miguel e a vida de um devoto no templo

Devoto Miguel

Devoto Miguel

Em torno de 20 pessoas moram no templo, alguns devotos são chamados por nomes espirituais, outros ainda não.

Bhakta significa apenas ”devoto”, o que deixa claro que Miguel é um jovem que ainda não possui  seu nome espiritual, diferente, por exemplo, do veterano Lokasakshi Dasa (cujo  o nome significa ‘’servo daquele que é testemunha do universo’’).

Os Hare Krishna visam um processo de entendimento de que somos seres espirituais, portanto se tratam como seres espirituais.

Caso um devoto queira ser iniciado por um mestre espiritual, para assim ganhar um nome espiritual, ele deve estar diariamente, pelo período de um ano, de acordo combquatro princípios obrigatórios:

1-Não comer carne vermelha, ovos, frutos do mar ou derivados.

2-Não praticar sexo ilícito (relações sexuais são licitas apenas entre um homem e uma mulher casados).

3-Não participar de jogos de azar.

4-Estar em abstinência absoluta de bebidas alcoólicas, fumo, maconha, cocaína, LSD, drogas em geral e chás alucinógenos.

Café e alho também são proibidos.

Essas são regras permanentemente seguidas pelos devotos que moram no templo. Além de segui-las o bom devoto deve cantar o mantra ‘’Hare Krishna’’ diariamente (o que inclui sábados, domingos e feriados) com um colar de contas chamado japamala.

Japamala é um tipo de rosário, com 108 contas e que deve ser completado por 16 voltas, totalizando 1728 vezes entoando ‘’Hare Krishna…’’ em um exercício diário.

‘’São 16 voltas no mínimo, mas se você tem tempo livre é melhor cantar mais‘‘. Revela Miguel que veio do interior de São Paulo para Curitiba para estudar no curso de letras da UTFPR e já mora a três anos no templo. Sendo fiel aos princípios de Krishna, Miguel segue esse processo dois anos a mais do que o prometido para se ganhar um nome espiritual. Isso acontece porque o mestre espiritual que realizaria essa função de iniciação não pode vir ao Brasil devido a problemas de saúde e também a outras ocupações, o que causou um atraso em sua iniciação.

A Rotina

 Todo devoto que reside no templo Hare Krishna em Curitiba acorda às 4 da manhã todos os dias (incluindo sábados domingos e feriados) e em seguida toma banho. Então, em torno das 4 e meia da manhã, participa da primeira cerimônia, em que se abre o altar pela primeira vez no dia.

Após isso os devotos devem realizar sua meditação diária com a japamala (segundo Bakhta Miguel, devido aos vários serviços, alguns não têm tempo de terminar essa atividade logo pela manhã e deixam para mais tarde). As 7 e meia o altar abre pela segunda vez para a segunda cerimônia especial. Depois disso tem o Guru Puja, a adoração ao mestre espiritual.

Então os devotos realizam estudos e leituras da literatura védica (referente aos livros chamados Vedas, que tratam de aspectos específicos sobre Krishna e também servem como uma espécie de ‘’manual para a vida’’). Em seguida os devotos fazem  um desjejum e se engajam em algum serviço dentro do templo. Em geral o trabalho é de cozinhar ou de distribuir livros, a principal atividade Hare Krishna e garantia de sobrevivência do templo.

Os devotos almoçam. Então as 7 da noite ocorre outro programa espiritual onde novamente é aberto o altar.Quando o cerimonial termina todos estudam o Bhagavad Gita, principal literatura Hare Krishna, após isso é servido o jantar para os visitantes.

Refeições ao Povo. Refeições a Krishna

A casa tem duas cozinhas, uma no andar de cima para servir ao altar e outra no andar debaixo. Em torno do meio dia, paralelamente ao almoço dos devotos, entra uma oferenda para as deidades também na sala do templo.

Tudo que um devoto faz dentro do templo ele faz para Krishna, mesmo que a atividade não se pareça com uma atividade espiritual, como cozinhar, por exemplo. Por dia são servidas 300 refeições vegetarianas gratuitamente a quem possa aparecer. As refeições são feitas com vegetais e frutas que os devotos recebem do CEASA semanalmente. Ainda assim existem gastos com 11 quilos de feijão, 11 quilos de arroz e 9 quilos de pão usados durante o preparo dos alimentos todos os dias. Tudo é feito com grande empenho pelos moradores do templo, e é tudo oferecido a Krishna.

‘’Servindo Krishna todas as almas ou entidades vivas são servidas, quando animais escutam o mantra Hare Krishna, por exemplo eles também são beneficiados espiritualmente.Ainda que esse alimento estrague, os vermes que se alimentarão dele se beneficiarão espiritualmente também’’, diz Miguel.

As refeições são, em regra, vegetarianas também porque os Hare Krishna abominam carne e acreditam que quem se alimenta com alimento gerado com violência adquire essa violência também para si, o que ficaria assim guardado na consciência de quem realiza tal ato.  Assim como crêem também que, a partir do momento em que se come carne, se contribui para que um animal seja morto, gerando naturalmente o Karma ruim da atividade abominável ter matado um animal. Sendo esse um Karma ainda mais pesado quando a carne é de um bovino.

Quando as janelas ou os portões do templo se abrem para servir alimentos aos punks, aos hippies, aos estudantes, aos mendigos, aos artistas de rua, aos necessitados, aos viciados ou a qualquer um que apareça, os devotos fazem o bem a eles próprios, a quem pede o alimento e estão prestando um serviço a Krishna ou, se você (caro leitor) preferir, a Deus.

 

About rhangel ribeiro

Rhangel é estudante de jornalismo. Apaixonado por Jornalismo Literário, vê neste estilo a oportunidade para fugir da escrita convencional onde "tudo" precisa estar no primeiro parágrafo.