Bradam aos quatro ventos os ufanistas dos domingos à tarde. De verde e amarelo celebram a pobreza e a desigualdade. Em nome dos símbolos nacionais trocam o Brasil real pelo país desenhado em bandeiras e construído na falsa memória de uma história recente.
O Brasil foi classificado, de acordo com a ONU, como o oitavo país mais desigual do mundo, onde 55% da população brasileira sofria algum tipo de insegurança alimentar em 2020 (poder360, 2021). Mesmo a base da economia nacional sendo a agropecuária, no país do agro se colhe a fome. No país que vai para frente, mais de 50% das terras está concentrada nas mãos de 1% da população e uma boa parte dos privilegiados que compõem essa porcentagem mínima está inserida ou representada a peso de ouro nos três poderes.
Aos pobres, a maioria esmagadora da população, ficam os auxílios, as bolsas em troca de sua devoção, em troca de não tocar em nenhum dos privilégios. O ufanismo é nossa ideologia, acobertando os problemas verdadeiros do país, ressuscitando velhos jargões da ditadura em busca de uma união simbólica, mas na hora de encher a barriga os Napoleões de verde oliva não se lembram do povo e também não acham estranho torrarem o dinheiro público com 700 toneladas de picanha, enquanto no prato do trabalhador o ovo frito grita “Brasil: ame-o ou deixe-o”
Texto escrito por:
Gabriele de Araújo Prado.
Maria Clara
Eliza de Brito.
Crédito da imagem: fotógrafo Shopify Partners.
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