Por Carlile Max Dominique Cérilia
Tradução: Nathalie Dessartre
Nesse tempo pesado em que o tempo é palpável
Precisamos acertar os ponteiros.
A vida não passa de uma corrida de gestos
Entre os quais se desenha nosso futuro
Na margem em branco do infinito
Essa sombra precisou nos impor
Frear a fábrica de besteiras.
Essa coisa extrema precisou
Vir mandar os nossos Estados, fazer,
O que estavam determinados a não fazer.
A paz com a vida.
Nesse tempo de merda, porém crucial
Para a reeducação desse mundo infantil,
Percebo nosso espaço que se estende:
Nossas ruas se esvaziam,
Nossas famílias voltam a se aproximar,
A vida volta a se tecer em sua forma mais pura
As sociedades voltam a recuperar força…
Um cheiro de emoção no ar.
Azar, se nos sentimos ridículos
Dentro de casa.
Azar, se nos achamos um zero à esquerda
No meio da nossa família.
Azar, se a economia do mundo esperneia,
Na espera da nossa convalescência.
Azar, se os pretensiosos desse mundo
Ficam de mal com nossas pequenas férias antecipadas.
Nosso tempo fica desnorteado.
É de recolhimento que precisamos,
Para renegociar nosso futuro…
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