Foto: Colaboração
Nesta quarta-feira (03), comunidades indígenas do Norte gaúcho e Oeste Catarinense estão realizando mobilizações em diversas rodovias dos dois estados. Na BR 386, em Irai, na rodovia SC 480, que faz a ligação entre Chapecó ao Porto Goio En (Rio Uruguai), na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul e também na BR 285, no trevo de acesso aos municípios de Gentil e Água Santa centenas de indígenas se mobilizam. Trechos de rodovias foram interditadas durante os atos.
As manifestações fazem parte das deliberações do Levante pela Terra, evento realizado em Brasília nos dias 24 a 28 de junho, quando lideranças indígenas reafirmam estado permanente de luta. Entre as demandas que encabeçam as manifestações desta quarta-feira estão a retomada imediata da demarcação de terras indígenas; a desintrusão e proteção das terras indígenas; a declaração urgente, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da inconstitucionalidade da Lei 14.701/2023; que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste com urgência no RE 1017365 e na ADI 7582 pela inconstitucionalidade da Lei 14.701/23; e pela interrupção imediata de qualquer medida anti-indígena no Congresso Nacional.
Plano Safra
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai lançar nesta quarta-feira (3) o Plano Safra 2024/25 para agricultura empresarial e familiar. Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o Safra 2024/25 terá R$ 475,56 bilhões em recursos disponíveis para financiamentos de pequenos, médios e grandes produtores.
As lideranças indígenas ressaltam que o valor destinado ao Agronegócio também é uma das bandeiras dos protestos de hoje. “O governo Lula, por meio do Plano Safra 2024/2025, prevê quase R$ 500 bilhões, a metade de R$ 1 trilhão, enquanto nós, os povos indígenas do Brasil, estamos só com uns tostões até agora. E as demarcações de terra, homologações e portarias declaratórias todas travadas”, disse Kretã Kaingang, um dos coordenadores do Levante pela Terra.