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Indígenas pedem doações e apoio para fortalecer a Retomada da Floresta Metropolitana

Fotos: Emerson Nogueira

Há seis dias famílias de indígenas das etnias Kaingang, Guarani M’bya, Guarani Nhandewa e Tukano ocupam um trecho da Floresta Estadual Metropolitana em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Cerca de 24 indígenas, incluindo crianças, montaram acampamento no último dia 09, data em que se comemora o Dia Internacional do Povos Indígenas.

Até agora não houve contato ao acampamento por parte do Instituto Água e Terra (IAT), que era o Instituto Ambiental do Paraná. O órgão é responsável pelas 70 unidades de conservação do estado, incluindo a Floresta Estadual Metropolitana. Também não esteve no acampamento nenhum representante do poder legislativo estadual. Quem apareceu, por duas vezes, foi a Policia Militar e, em uma das visitas, um sujeito que se apresentou como policial federal.

Seis famílias estão no local desde o dia 09

Eloy Jacintho, indígena da etnia Guarani Nhandewa, destaca que eles aguardam uma conversar com o poder público para se organizarem melhor e efetivarem o projeto de retomada. “Nossa intenção é revitalizar essa área, apesar de ser uma área de conservação ela está abandonada, no local existe muito descarte de lixo. Queremos reflorestar e revitalizar também as áreas de nascente, já que existem mananciais na região”, explica.

Segundo Eloy, a intenção é mostrar ao poder público que eles, enquanto povos indígenas ocupando um espaço indígena e originário, pretendem revitalizar a floresta inclusive com o plantio de árvores nativas como a Araucária. Hoje as árvores de Eucalipto são predominantes na Floresta. Essa espécie precisa de muita água para sua sobrevivência por isso, se cultivado de maneira inadequada pode secar as reservas de água subterrâneas mais próximas da superfície, os chamados lençóis freáticos. Além do reflorestamento, o objetivo do grupo, é iniciar um projeto sobre a cultura dos povos indígenas brasileiros e a preservação da natureza com as escolas do estado e dos municípios, revela Eloy.

Eloy Jacintho destaca que o apoio é tão importante quando as doações

Doações e apoio

Para permanecer no local e fortalecer o movimento de retomada, os indígenas precisam de doações de itens estruturais que facilitarão sua permanência no local. Hoje as famílias, incluindo crianças, estão sob lonas e barracas no local onde não há luz elétrica nem água potável enfrentando intempéries como frio e chuva.

Portanto, a organização pede a colaboração com doações de lonas, cordas, materiais de limpeza, itens de higiene pessoal, álcool em gel, máscaras, sacos de lixo e principalmente água potável.

Eloy, ressalta, porém, que não apenas as doações são importantes, mas também o apoio de pessoas e movimentos sociais. “O acampamento só poderá permanecer aqui a partir do momento em que as pessoas e os movimentos sensíveis à causa começarem a nos apoiar. E esse apoio não é feito apenas por meio de doações, é muito importante a visibilidade, é muito importante o apoio à causa”, completa.

Contato para doações: (41) 99632-2334 – Eloy Jacintho.

 

About José Pires

É Jornalista e editor do Parágrafo 2. Cobre temas ligados à luta indígena; meio ambiente; luta por moradia; realidade de imigrantes; educação; política e cultura. É assessor de imprensa do Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana - SINPES e como freelancer produz conteúdo para outros veículos de jornalismo independente.