Parágrafo 2

Hino (Ir)acional Brasileiro

Coluna Pão e Pedras: Amenidades e Poesia 

 

        “É claro que podemos não apenas corrigir uma obra ou integrar diversos fragmentos de obras caducas em uma nova, mas         ainda mudar o sentido desses fragmentos e falsear de todas as maneiras que julguemos boas aquilo que os imbecis insistem em chamar de citações.”

 

Debord & Wolman, 1956

 

Ouviram do Ipiranga as margens trágicas

De um povo heroico, bravo e relutante

E ao sol da liberdade, em falsos púlpitos

Ouviu-se o som da pátria destoante

Desdenhou da igualdade

Conseguimos torturar com braço forte

Em teus seios, ó liberdade

Prostituída e humilhada até a morte

 

Ó pátria amada,

Idolatrada,

Salve, salve!

 

Brasil, um sonho intenso, um falso símbolo

O amor e a esperança desfalecem

Em seu cinzento céu, sem gosto, insípido

A imagem do cruzeiro empalidece

Gigante em propagar tanta pobreza

De um povo que se explora até o osso

E o teu futuro espera por grandeza

 

Terra dourada,

Entre outras mil,

És tu, Brasil

Descalabrada!

Dos filhos deste solo és mãe senil!

Pátria amada Brasil.

Sair da versão mobile