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Estrutura do Ódio.

A opressão é uma realidade no mundo todo,  seja ela de que forma for,  a cada minuto minorias estão morrendo. Classes sociais impõem domínio sobre outras  desde a antiguidade até no mundo contemporâneo, de forma violenta, uma classe se sobrepõe à outra. De onde que se originam tais ideias absurdas ? Entre os seres humanos tão diferentes e ao mesmo tempo iguais, por que a diversidade acaba em opressão? Seria parte da natureza humana ou um fruto do contexto social? Na questão dos gêneros o que é a masculinidade e qual foi o seu papel na estrutura social?

            As pessoas preferem culpar a classe opressora como um todo, ignorando o fato de que cada indivíduo pense de modo diferente, apesar de ser difícil mudar sua maneira de ser na cultura em que está inserido. Assim, é possível perceber que a culpa é de pessoas cujas crenças não permitem compreender gente de outras etnias e gêneros, porém, é possível identificar o real culpado por toda essa desigualdade entre o homem e a mulher até muito antes na história. Essa masculinidade exagerada, atualmente chamada também de tóxica, existe há muito tempo e se tornou muito mais rígida na sociedade industrial, mulheres não tinham direito a quase nada, serviam apenas como meras reprodutoras e escravas, além de cumprirem jornadas duplas de trabalho. As religiões mais influentes promovem a ideia da superioridade do homem, mas do homem branco! Dá-se a crer que o causador da injusta diferença social entre membros do sexo feminino e masculino é a história em si, mais especificamente as crenças espalhadas na antiguidade e o impacto que tiveram na estrutura social mundial, assim, poderiam se aproveitar do silêncio das mulheres de toda forma imaginável, mas, na verdade, nunca houve silêncio, por mais que o poder masculino tenha tentado, e ainda tenta, calar suas vozes. A masculinidade tóxica e forçada que existe hoje em dia é resultado de longos anos de opressão e de uma construção social que foi reforçada a partir da sociedade do trabalho industrial, cabendo à mulher exercer profissões de mãe de aluguel, ou de serviços domésticos nas casas de outrem, sempre menorizada na sociedade industrial.

            Estamos sujeitos a uma estrutura construída pelo nosso passado, mas se insistirmos em contribuir para a melhoria de nossos próprios hábitos, faremos com que a masculinidade deixe de ser algo ridículo e mesquinho. Ser masculino não significa ser melhor ou pior que ninguém, portanto, a masculinidade de verdade vai se tornar uma característica baseada no respeito e igualdade, em vez de atos irracionais, desnecessários, abusivos e violentos.

Há quem diga que os erros vêm do passado e, neste caso, isso não deixa de ser verdade, porém, o tempo leva tudo que existe. Assim, com o esforço de novas gerações, o preconceito e o ódio que uma vez existiram será diminuído até o ponto de sua inexistência, contudo, temos muito trabalho, dia a dia para se aproximar de extinguir essa injustiça. As gerações futuras entenderão pouco a pouco a origem da estrutura do ódio onde a dominação é uma necessidade. Corroer essa estrutura é deslegitimar a dominação e, mesmo que dure décadas e requeira muito esforço de todos nós, essa estrutura sustentada pelo ódio e pela exploração irá cair.

 

Texto escrito por:

Marco Aurelio Vieira.

Guilherme Campos.

Diogo Pereira.

Crédito da imagem: Reimund Bertrans.

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About Rafael Pires de Mello

Rafael Pires de Mello é formado em filosofia pela UFPR, gosta de inutensílios como cinema,literatura,música e é claro o maior de todos, filosofia. Tem a tendência de chorar com música romântica quando bebe demais.