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“Eles estão voltando”, diz idealizador do Dia Municipal da Ufologia

Aos 18 anos, quando assistia TV em uma tarde despretensiosa, se deparou com uma palestra sobre vida em outros planetas. Ficou atônito. Paralisado em frente da tela teve uma espécie de “click”. Decidia naquele momento o que queria fazer para o resto da vida. Rafael Cury, ufólogo experiente, era quem discursava. Seu próximo objetivo então era descobrir de onde era o estudioso. Soube que era curitibano. A empolgação foi maior ainda- “Preciso conhece-lo”, pensou. Começava aí a busca de Ruy Marques, idealizador do projeto que cria o Dia Municipal da Ufologia em Curitiba, por conhecimentos que respondessem a uma dúvida inquietante- “Haveria mesmo vida em outros mundos? ”.

Ruy lia muito. Antes mesmo de ter aberto os olhos para a ufologia já havia devorado mais de mil livros. Mas, depois de ver a palestra de Cury, o desejo por conhecimento se intensificou. Ainda jovem, enquanto preparava drinks em uma churrascaria, ou quando soldava peças em uma metalúrgica, sonhava em viver de cultura e ufologia.

Não demorou a conhecer Rafael Cury pessoalmente. A amizade já dura 20 anos. O mundo dos estudos ufológicos aliás, lhe deu um rol de amizades significativo. Fazem parte dele o Tenente-Coronel da Força Aérea Brasileira, Marcos Pontes que é o primeiro astronauta brasileiro, o primeiro sul-americano e o primeiro lusófono a ir ao espaço e também o maior ufólogo do mundo, o escritor suíço Erich von Däniken que se consagrou na década de 1970 com a obra “Eram os Deuses Astronautas”.

Os personagens conhecidos por meio da ufologia potencializaram, ainda mais sua personalidade inquieta que sempre buscava a origem e a causa das coisas. “Conheci grandes nomes da ciência e da ufologia. Conversei com PHDs em Astro Física, funcionários da Nasa e esses encontros me enriqueceram muito”, conta. No entanto, além de nomes importantes da ciência, também contribuíram para sua formação mais de três mil livros sobre variados temas. Assim, ao longo dos últimos 20 anos, tornou-se autodidata em história, filosofia e cinema. Unindo suas diversas paixões lançou em 2009 seu primeiro livro intitulado “Além da nossa vã filosofia”.

Cinema

Há alguns anos conheceu Guata e Nick Maftum. Pai e filho que, assim como ele, são apaixonados por cinema e ufologia. A simetria foi imediata. “São pessoas maravilhosas e nos identificamos em muita coisa”, diz. Empolgado pelo empreendedorismo dos Maftum decidiu dar vida a um velho sonho: gravar um filme sobre óvnis.

Ao longo de três anos trabalhou na obra como roteirista e ator. Na produção Guata Maftum também interpretou um personagem e Nyck dirigiu e editou. Mas todos produziram, buscaram recursos, participaram da pré e da pós-produção. Pau para toda obra. Talvez o termo defina o empenho de cada um para dar vida ao longa “Caçadores de Espécies e o Símbolo Secreto” lançado em 2013, primeiro filme brasileiro sobre óvnis totalmente gravado e produzido no país.

Folder do Caçadores de Espécies e o Simbolo Secreto

Folder do Caçadores de Espécies e o Simbolo Secreto

Caçadores de Espécies se enquadra como uma produção de baixo orçamento, que fica entre um e três milhões de reais. Porém, com a ajuda recebida os produtores afirmam que não chegaram a gastar esta quantia. Mas o trabalho foi grande. Um ano foi dedicado ao roteiro, o restante do tempo de produção do filme foi dividido entre captação de recursos, filmagens e edição.

Hoje o longa é exibido em diversos países como Estados Unidos, França, Alemanha. No entanto, em Curitiba foi rodado apenas uma vez. “É difícil conseguir uma distribuidora. Mas agora conseguimos uma aqui de Curitiba e em breve o filme começara a ser exibido também no Brasil”, revela. “Isso é ótimo inclusive para nossa região, pois mostra muito sobre a cidade, o Museu Egípcio, o Cemitério Municipal, até nos subterrâneos da capital nós filmamos”.

A ufologia e o cinema são paixões que Ruy consegui aliar nos últimos anos

A ufologia e o cinema são paixões que Ruy consegui aliar nos últimos anos

Hoje Ruy, Guata e Nick tem uma produtora no bairro Portão. O prédio da “Arquiteto Produções” é grande. No primeiro piso há um canhão do início do século XX. O artefato foi produzido por Ruy e Guata Maftum. Além dele no local também foi confeccionado um cavalo de Tróia e há roupas de época, uma delas usada por um soldado alemão e veio da Áustria diretamente para o clipe da banda Sephion e que será lançado em breve.

No piso superior Ruy Marques concede a entrevista ao Parágrafo 2. Cabelo bem penteado, barba delineada e ar

Na pele a paixão pela sétima arte

Na pele a paixão pela sétima arte

jovial. Ruisdael (nome de batismo) sustenta uma aparência jovem coroada pela primeira tatuagem feita recentemente no braço esquerdo: uma câmera Bell & Howell 2709. Na produtora ele sonha com mais dois filmes para completar a trilogia de Caçadores de Espécies. “Nosso desejo é fazer a continuação desse trabalho faremos o ‘Caçadores de Espécies – Operação Prato’ que será ainda mais polêmico, já registramos o roteiro, é sobre o segundo caso mais famoso do mundo, que envolve militares. Conseguimos grandes parceiros, não só nacionais, mas também internacionais, pessoas que ainda não podemos revelar e quem sabe fazer uma parceria entre Estados Unidos e Brasil. O último da trilogia será a nível mundial. Provavelmente boa parte dele será gravado em outros países”, conta em primeira mão.

Contato

Hoje Ruy faz parte do Instituto de Pesquisas Ufológicas e do Instituto Galileu Galilei. Sua paixão pela ufologia não para de crescer. Questionado se já teve uma experiência pessoal com óvnis ele faz silêncio. Reluta um pouco. “Não costumo contar esse fato, pois quando um ufólogo relata uma experiência pessoal parece que queremos influenciar por meio de nossas histórias. A exemplo do que Sócrates fazia, ufólogos não querem provar algo, mas fazer com que as pessoas reflitam sobre a existência de vidas em outros planetas. Mesmo assim contarei ”, pondera.

Em 2003 Ruy ainda era casado. Na época morava no Bairro Alto e em uma noite de verão perdeu o sono por volta das 3 h. Saiu para respirar quando notou algo diferente no céu. Seu instinto ufológico e o conhecimento adquirido ao longo dos anos o fizeram ter certeza: Era um disco voador. As cores alaranjadas se aproximaram e em silencio ele pairou sobre sua casa. Atordoado ele interrompeu o sono da esposa e os dois admiraram o objeto por alguns segundos, tempo suficiente para a companheira conseguir indagar por algumas vezes – “Meu Deus, o que é isso? ”. Instantes depois o ufo desaparecia em alta velocidade e a esposa de Ruy ia ao chão em um desmaio sincronizado com a partida repentina do óvni. “Foi impressionante. Na mesma noite vaguei de carro pelas ruas do bairro a procura de outras testemunhas. Liguei para o Cindacta, mas nada havia sido visto. Algum tempo depois fiquei sabendo que o caso tinha sido registrado no Arquivo Nacional”.

Eles estão voltando!

Hoje Ruy Marques é um ufólogo reconhecido, inclusive pela imprensa. Muitas de suas entrevistas foram dadas no último mês de julho por conta da aparição de agroglifos (desenhos misteriosos em plantações) feitos na cidade de Chopinzinho, no oeste do Paraná. Marques esteve no local, analisou os desenhos e ressalta que a verdade só pode ser alcançada depois de um minucioso estudo, mas acredita na veracidade dos desenhos e tem uma teoria interessante para isso. “Na década de 1970 a Nasa, tentando enviar mensagens para habitantes de outros planetas, mandou para o espaço um disco metálico contendo matemática e geometria. Haviam nele, além das medidas do nosso planeta, outras características como composição, elementos químicos existentes e outros. Alguns anos depois esses desenhos começaram a aparecer em diversos lugares do mundo. Por isso acredito que isso é uma resposta a tentativa da Nasa de fazer contato com vida alienígena”, diz.

Agroglifos em Chopinzinho

Agroglifos em Chopinzinho

Marques também estudou, além de história, filosofia e ufologia, algumas vertentes religiosas. Passou pelo menos um ano em cada religião. Catolicismo, hinduísmo, budismo, espiritismo. Tentando aliar ciência e fé ele é categórico ao falar sobre a vinda de extraterrestres ao nosso planeta. “Eles estão voltando”, diz com convicção. “O diretor da Nasa afirmou em entrevista recente que em 20 anos teremos um contato oficial com vida inteligente fora da Terra. Eu acredito que isso vai acontecer ainda mais cedo ”.

Citando o médium Chico Xavier ele afirma que muito em breve mistérios do céu nos serão revelados. “O Chico Xavier tem uma previsão a esse respeito chamada de ‘data limite’ que seria o ano de 2019. Vivemos em uma imensidão inacreditável. Quando Marcos Pontes saiu da órbita da terra e viu nosso planeta do alto pensou no tamanho gigantesco do universo, no quão pequeno nós somos e se sentiu mais perto de Deus. A hora está chegando”, profetiza.

Dia Municipal da Ufologia

No começo de agosto Marques deu mais um passo importante para se consolidar como um dos grandes nomes da ufologia no Brasil. Ele idealizou o projeto de lei, aprovado em primeira votação na Câmara, que institui o “Dia Municipal da Ufologia” em Curitiba a ser comemorado no dia 2 de outubro. A proposição foi feita pelo vereador Toninho da Farmácia (PP). Para Ruy, uma coroação para a capital brasileira dos ufos. “Curitiba é referência em estudos de ufologia. Muito por causa dos documentos da Força Aérea brasileira que revelam que os maiores casos em capitais são aqui em Curitiba. Os maiores congressos são feitos aqui, tanto pelo Gevaerd da Revista Ufo quanto pelo Cury. Esse projeto presenteia nossa cidade e as pessoas que trabalham em prol dos estudos ufológicos”, conta. Sobre o porquê da escolha do dia 2 de outubro ele faz mistério. “Nenhum jornalista tinha me perguntado isso. É uma data significativa, mas não posso revelar o motivo, a história se encarregará disso”, conclui.

 

About José Pires

É Jornalista e editor do Parágrafo 2. Cobre temas ligados à luta indígena; meio ambiente; luta por moradia; realidade de imigrantes; educação; política e cultura. É assessor de imprensa do Sindicato dos Professores de Ensino Superior de Curitiba e Região Metropolitana - SINPES e como freelancer produz conteúdo para outros veículos de jornalismo independente.