Coluna Filosofia Di Vina
Foto: Arnaldo Alves / ANPr.
O governador do Paraná Ratinho Júnior e seu secretário da educação Renato Feder vêm dando ao Brasil grandes exemplos do que não fazer quando o assunto é educação. Em 2020, forjaram resultados, pressionaram professores e direções de escolas para aprovação em massa de estudantes e maquiaram dados por meio do projeto fraudulento chamado “Se liga”.
Instrução Normativa 011/2020
Para o ano letivo de 2021, o governo do Paraná superou as expectativas de uma péssima administração e já se apresenta como um dos piores da história para a pasta da educação. O chefe da Secretaria de Estado de Educação e do Esporte (SEED), um empresário paulista, tenta dar um verniz moderno a todo atraso promovido por ele e pelo governador. O Debi e o Loide paranaense deixam um lastro de estrago por onde passam: fechamento de escolas em Curitiba, militarização de escolas, que fecham centenas de turmas no ensino noturno, prova que não vale como concurso para professores em plena pandemia de Covid-19, desmandos com diretores, enfim, a lista é grande. Não contentes com essa devastação, o inimigo público n°1 da educação e seu miquinho adestrado soltou, nos últimos dias de dezembro, a Instrução Normativa 011/2020, que, simplesmente, inviabiliza três disciplinas no ensino médio (Filosofia, Sociologia e Arte). O resultado imediato é o desemprego de milhares de professores e professoras, adoecimento dos que ficarem e estabelece um verdadeiro caos na distribuição de aulas.
Para completar o trio dos três patetas, a figura de Roni Miranda aparece defendendo a disciplina de educação financeira, que ele mesmo não consegue justificar. Entenda os ataques e decisões erradas do governo que inviabilizam o retorno das aulas em 2021:
Ataques à escola pública
O governador Ratinho, junto com a rataria que lhe compõe o governo, vem promovendo sucessivos ataques à educação. Dentre eles, a mudança na consulta para militarização das escolas, nunca menciona à comunidade que escola militarizada não tem ensino noturno e que isso prejudica grande parte dos estudantes que precisam trabalhar de dia para ajudar em casa e a noite frequentam a escola. O estudante terá que optar em estudar ou trabalhar. A famigerada prova para os contratos PSS, realizada em janeiro, gerou inúmeros problemas, inclusive de saúde pública, com aglomerações que contradiziam o próprio decreto do governador. A Instrução 011/2020 vem sacramentar essa onda de ataques.
Vacina
A incompetência do governador não se restringe à educação. Na saúde, o governador tinha assinado um memorando com a Rússia para produção e testes da vacina Sputink V, que não levou em frente, não seguindo a fase 3, que era a da participação das universidades e laboratórios. Faltou vontade política? Apostando no negacionismo de Jair Bolsonaro, Ratinho Júnior abre mão da vacina chinesa CoronaVac e embarca na canoa furada do acordo da Oxford com o governo federal, que demorará para ser produzida no país, deixando os paranaenses com pouquíssimas expectativas de uma vacinação em massa, já que agora é a CornonaVac é a salvação. O Paraná fica para trás mais uma vez, enquanto governadores e prefeitos buscam uma solução para vacinar o mais rápido possível, nas terras dos pinheirais, pagamos o preço de um governo de extrema direita, negacionista e totalmente despreparado e ficamos aguardando a boa vontade dos milicos de sempre, muito mais preocupados com suas carreiras e o perigo do comunismo eminente do que com os problemas reais da nação. Em outras palavras, o governo paranaense abre mão da oportunidade de produzir vacina pela TECPAR, ICC e IBPM para depender do Ministério da saúde e seu Pazuello, o grande plotador de aviões. Ainda há um adiantamento de R$100 milhões de reais vindos da Alep para comprar vacinas. Cabe ao cidadão que financia isso tudo perguntar: cadê a vacina?
Em meio a esse caos, promovido com grande esforço pelo governo paranaense, aparece uma publicação no Diário Oficial (21/01), autorizando a volta às aulas presenciais para escolas, universidades e convênios, como a APAE.
2020, o ano que não terminou
Diante de todo esse cenário catastrófico, o navio sem leme nem comandante, chamado Paraná, tem grandes chances de não iniciar o ano letivo. Em assembleia extraordinária e on-line, marcada para o próximo dia 23, os professores deliberaram sobre esses ataques. A conclusão, praticamente inevitável, poderá ser a greve geral na educação do estado, uma greve que o governador vem instigando há muito tempo, a educação está no seu limite e o estado finge que sindicatos e trabalhadores não existem, não há diálogo. Nas reuniões, nem secretário, nem governador aparecem, quando a reunião é com empresários, o sorriso do governador quase não cabe em seu rechonchudo rosto. É hora de dizer um basta, o Estado não é propriedade de nenhuma família, educação não é política de governo e sim um assunto de interesse público.