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Cidades e movimentos comunitários

Coluna Versando 

O mundo está em constante transformação. O que hoje é novidade, amanhã pode estar obsoleto. Há algumas centenas de anos as cidades eram pequenas e isoladas, os meios de transporte e a comunicação eram precários, isso quando existiam.

Com evolução da tecnologia, fruto da inteligência humana, o mundo parece que foi encolhendo e algumas cidades cresceram da noite para o dia. O que era longe ficou perto e o que demorava dias para chegar, hoje chega quase que instantaneamente.

Surgiu um termo novo que assustava algumas pessoas: Globalização. Onde alguns falavam que tudo seria uniformizado, que seria imposto ao mundo um só jeito de se vestir, de comer, de falar, de fazer as coisas, mas na verdade, Globalização também é levar aos locais mais distantes um conjunto de mundos variados que estão em lugares diversos e em tempos e espaços diferentes.

Um item importante, o conhecimento, que antes ficava aprisionado em locais quase sagrados e onde alguns tinham acesso, hoje pode ser acessado e compartilhado com mais velocidade e com um número maior de pessoas e assim, cruzando com outros saberes, cresce e gera novos conhecimentos adaptados à realidade local.

O próprio sistema político começa a sentir a mudança e a ficar atento aos movimentos provocados nos locais, onde há maior concentração de pessoas e acesso às diferentes fontes de informação. E as cidades são esse espaço inovador, onde bandeiras, as mais diversas se agitam, e o velho modo de governar começa a não ter mais sentido, porque as pessoas querem também participar e dar suas sugestões para melhorar o ambiente onde moram, trabalham, estudam, transitam.

Um processo coletivo está para emergir, onde associações comunitárias de bairros, vizinhança, condomínios, escolas, trabalho, estão latentes, mas ansiosos em criar novos arranjos de participação nas decisões políticas que até hoje em muitas cidades, estão nas mãos de alguns poucos. Esse ensaio de democracia local direta e interativa já tem dado alguns passos com as reuniões de planejamento participativo em algumas cidades, onde junto com o governante, a população tenta discutir algumas obras e benfeitorias que serão realizadas na cidade e também através das redes sociais virtuais, onde algumas administrações públicas disponibilizam a participação da população, que de forma pessoal ou nos grupos  algumas pessoas vão compartilhando problemas da cidade e dando sugestões para a sua resolução.

  • Você, como cidadão, conhece as associações comunitárias de sua cidade? Participa de alguma?
  • E nas reuniões convocadas pela administração pública, você tem participado, dado a sua contribuição para a melhoria da cidade?
  • E os gestores da cidade, procuram ouvir os anseios da população¿

Para um novo modo de vida e organização das cidades a  nossa participação é fundamental.  Uma cidade é formada antes de tudo por pessoas que ali vivem, estudam e trabalham e por isso mesmo deve ser o local onde as pessoas se sintam acolhidas e para que isso realmente ocorra, a população precisa se organizar  e exigir espaços de participação nas administrações públicas.

About Irene Grockotzki

Professora Irene Grockotzki é professora de Geografia, formada pela UFPR trabalha na rede estadual de ensino há 27 anos.