Últimas Notícias
Home » locais e eventos » ABJD lança campanha para denunciar grave relação entre juízes e procuradores da Lava Jato

ABJD lança campanha para denunciar grave relação entre juízes e procuradores da Lava Jato

Campanha #MoroMente, lançada pela ABDJ em Curitiba na última terça-feira (10), fortalece defesa das denúncias da Vaza Jato, publicadas pelo Intercept Brasil. Foto: Joka Madruga/ Instituto Democracia Popular 

A campanha #MoroMente foi lançada em Curitiba na última terça-feira, 10 de setembro, pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) durante o debate “Estado Democrático e Liberdade de Imprensa”. A atividade foi mediada pelo advogado Nuredin Allan, da ABJD e teve a participação das jornalistas Ana Carolina Caldas, do Brasil de Fato, e Paula Zarth Padilha, do Instituto Democracia Popular (IDP), que representou a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e o SindijorPR, do professor e advogado José Carlos Portella Jr, e do promotor de justiça Márcio Soares Berclaz. Durante o ato, o Instituto Declatra lançou o livro “Relações Obscenas”.

Conforme explicou Nuredin, essa campanha pretende restabelecer na sociedade a narrativa de que o que ele classificou como “grave relação” entre juízes e procuradores da Operação Lava Jato. A campanha foi lançada em São Paulo e destaca o protagonismo da imprensa e judiciário. 

O promotor de justiça Márcio Soares Berclaz faz parte do movimento “MP Transforma” e elogiou o espaço de debates, com entidades “que olham para o sistema de justiça conjugado com os movimentos sociais”, destacou. Para ele, o sistema de justiça não conversa entre si e não conversa com a sociedade. 

A jornalista Ana Caldas, do Brasil de Fato, falou sobre a importância da contra-narrativa realizada por sites e jornais independentes e alternativos e falou sobre o resgate da reportagem de rua, de ir até a população para entender como os trabalhadores, os desempregados, as pessoas estão compreendendo o que está acontecendo a partir das denúncias da Vaza Jato.

O advogado criminalista e professor José Carlos Portella Jr. situou o período atual como “estágio superior do capitalismo”, neocolonial, em que “perdemos a condição de cidadãos”, em que as pessoas são mão de obra barata para exploração. O professor falou sobre o papel da imprensa em legitimar a operação Lava Jato, em repercutir de maneira automática o que era divulgado.

Os juristas abordaram aspectos relacionados à legalidade da Operação Lava Jato, defenderam também um ativismo contra-hegemônico na advocacia e que o conteúdo dos vazamentos pode ser utilizado pelas defesas dos réus na operação.

A jornalista Paula Zarth Padilha encerrou as falas defendendo o sigilo de fonte, da liberdade de imprensa e da legitimação do jornalismo em publicar informações de interesse público para validar as notícias publicadas pelo site The Intercept Brasil e outros sites parceiros, como Folha, El País e Veja, com denúncias da chamada Vaza Jato.  “É preciso que todas as entidades da sociedade civil organizada, que movimentos sociais e sindicais legitimem o protagonismo do jornalismo na atual conjuntura, para além do fomento às contra-narrativas, defendendo o sigilo de fonte, a apuração e a checagem do trabalho jornalístico”, disse.

About Parágrafo 2

Mídia independente sem padrinhos nem patrões criada em 2015. Busca retratar personagens, histórias, situações e realidades peculiares que são deixadas de lado (ou abordadas superficialmente) pelos grandes veículos.