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A ratazana sorrateira do Paraná está corroendo a educação

O que está por trás dos ataques?

É sabido que os roedores têm hábitos dissimulados e agem às escondidas. Fazendo jus ao nome, no Paraná há uma das grandes com comportamento semelhante agindo contra o povo que o elegeu.

Ratinho Junior (PSD) foi eleito com 3.210.712 votos, em seu programa de governo aparecem algumas coisas, no mínimo risíveis, se não fossem trágicas. O título de seu plano é “Pensar estrategicamente Agir democraticamente”, é no mesmo plano que se lê o seguinte:

“Serão desenvolvidas oportunidades para evidenciar o protagonismo juvenil por meio do fortalecimento das organizações estudantis, e com especial atenção à oferta de educação em período integral, cultura, esporte e lazer”

Como se sabe, não é isso que ocorre.

O governador Ratinho, junto com seu secretário Renato Feder, implementaram em poucos dias um ataque à educação, só comparado com os ataques de seu ex-chefe Beto Richa. Com a promessa falsa para o povo paranaense de tornar escolas públicas em escolas militares, venderam uma mentira descarada à população. Além disso, modificaram as regras de contratação dos professores temporários, precarizando ainda mais o já precário contrato PSS.

Para entender melhor a nefasta proposta e como ela foi colocada, é necessário entendermos alguns pontos da mentira.

Escolas cívico-militares.

Existem basicamente quatro tipos de escolas: as privadas, as militares, as cívico-militares e as públicas. Entendendo o funcionamento de cada uma, veremos que não se sustentam as mentiras de Feder e Rato Junior.

Privadas: são financiadas pelas mensalidades dos estudantes e seguem regras próprias, obedecendo o currículo do estado, com oferta de disciplinas e projetos próprios de cada escola.

Militares: financiadas pelo ministério da defesa e educação. São uma forma de atrativo para carreira militar, visto que é dada a preferência para filhos de militares. O investimento em infraestrutura nessas escolas é muito maior do que a média nacional.

Públicas: gratuita, laica e plural, deve atender a demanda de toda a sociedade e sua enorme diferença social, cultural e levar em conta o contexto em que está inserida.

Cívico-militares: administração por militares aposentados, alteração nos currículos e no sistema de funcionamento da escola.

Qual é a crítica?

A crítica dos professores e estudantes é que o governo “democrático” impôs, sem nenhum debate com a comunidade escolar. Para dar um verniz democrático, colocou a máquina de propaganda do governo a favor do projeto e abriu uma votação com base em mentiras. Votação essa, da qual não pôde participar da mesa nenhum funcionário das escolas. Gravíssimo!

Na prática, a escola cívico-militar fecha o ensino noturno, exige uniforme que pode custar até R$600,00 por ano, e exclui toda a diversidade da escola. O engano consiste em comparar escolas militares com escolas militarizadas. Nas militares, há uma prova de seleção, nas militarizadas, exige-se desempenho sem levar em conta as dificuldades particulares de cada estudante.

O custo desse sonho reacionário de Ratinho Júnior é de aproximadamente R$ 25 milhões por ano para pagar as diárias dos militares, dinheiro que não há quando se trata de investir nas escolas e na valorização dos professores, mas para pagar militares o dinheiro aparece.

O intuito do governador em embarcar nessa barca furada tão alardeada por Bolsonaro é de restringir a organização dos estudantes, ceifar qualquer possibilidade de pensamento crítico e eliminar as consciências dos estudantes, a escola pública é na verdade uma barreira ao autoritarismo crescente no Brasil, por isso é tão importante para o fascismo Jeca de verde amarelo destruí-la.

Outro ataque de Ratinho Jr é a alteração da contratação dos professores PSS. Com uma prova que não vale como concurso e nem garante vaga se aprovado, obriga os professores em um curto prazo de tempo pagarem e fazerem uma prova em plena pandemia, sem nenhuma garantia de emprego, além disso, pretende manter um contrato precário de trabalho.

Ratinho e Feder se unem mais uma vez para atacar a classe dos professores em meio da maior pandemia dos últimos 100 anos. Aproveitando a quarentena, vão destruindo a educação de forma arquitetada, maldosa, covarde e sorrateira.

O Bolsonarinho do Paraná e seu Weitraub gourmet não medirão esforços para seu projeto autoritário de sucateamento da escola pública. Os ataques tendem a continuar. Os professores, estudantes e pais começam a se organizar para barrar a covardia do governo que não tem limites. Enquanto os professores ocupam as ruas em defesa da educação, o governador do Paraná faz propaganda do IDEB, que não ajudou a aumentar, e ironiza os professores por terem perdido a votação contra a militarização das escolas. Sorrateiro que faz jus ao apelido que tem.

About Rafael Pires de Mello

Rafael Pires de Mello é formado em filosofia pela UFPR, gosta de inutensílios como cinema,literatura,música e é claro o maior de todos, filosofia. Tem a tendência de chorar com música romântica quando bebe demais.