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A cidade e as mulheres

Coluna Versando 

       O espaço urbano sempre foi pensado mais por homens e para os homens do que por mulheres e para as mulheres. Basta observar as administrações municipais, onde na maioria das cidades são eleitos prefeitos e vereadores e os principais cargos são ocupados por homens. E mesmo em cidades onde mulheres assumem o poder, em alguns casos, quem realmente dita a administração municipal são os homens.

As cidades ainda precisam valorizar e promover conceitos urbanos que beneficiem todas as pessoas e que permitam às mulheres usufruir com igualdade e segurança de todos os espaços.

As mulheres têm um importante papel econômico nas cidades, onde exercem as mais diferentes funções e serviços. Muitas se sentem vulneráveis ao frequentar ou transitar por espaços urbanos, pois os mesmos se mostram ameaçadores por estarem desertos, sem iluminação adequada e mal conservados.

Os novos paradigmas que se apresentam nos espaços globais e locais nos levam a não ver as cidades e também o nosso corpo como uma máquina, mas sim como uma rede de vidas diversas, onde tudo está conectado. E as mulheres por serem geradoras de vida humana e terem uma sensibilidade mais aguçada, estão despertando para este novo desafio que é harmonizar de forma sustentável e amorosa toda essa teia de vidas e o espaço urbano, já que a grande maioria da população hoje habita as cidades.

Assim como os homens, as mulheres produzem conhecimentos que moldam uma cultura ou comunidade, mas os mesmos ainda são pouco valorizados e aproveitados para a organização e desenvolvimento das cidades, pois a cultura machista que ainda persiste na sociedade e suas instituições privilegia as ideias produzidas pelos homens.

Há muitos projetos, equipamentos urbanos que precisam ser revistos para atender a todas as pessoas, incluindo as mulheres e suas especificidades.

Aprimorar a participação mais efetiva das mulheres, com sua magia, criatividade e comprometimento, se faz urgente para resolver situações que hoje permeiam de forma negativa as cidades.  Essa participação mais consistente das mulheres, pode gerar uma outra consciência, mais dinâmica e relacional, onde o pensar sobre o urbano pode surpreender e inovar a vida nas cidades.

A grande energia emocional e sutil que as mulheres carregam, tem a capacidade da reinvenção, de ver que certas coisas podem se transformar em elementos elegantes, modernos e confortáveis e serem usufruídos por toda uma comunidade de forma digna e prazerosa.

Uma cidade que acolhe e respeita as mulheres, que as estimula a criar, inovar, empreender e coloca em prática as suas ideias, é uma cidade inovadora, bonita, que respira vida, ânimo e segurança.

Para refletir:

  • A sua cidade acolhe e respeita as mulheres? Como isso se manifesta?
  • Existe incentivo para a participação efetiva das mulheres na organização da cidade? De que forma isso acontece?

 

 

About Irene Grockotzki

Professora Irene Grockotzki é professora de Geografia, formada pela UFPR trabalha na rede estadual de ensino há 27 anos.