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1917 ou 2017? Lutas, ironias e continuidades

Coluna Filosofia Di vina 

Cem anos se passaram. O que realmente mudou? O que melhorou ou piorou?

Descubra o quanto conhece destes contextos tão distantes no tempo e tão próximos nas características em sete questões.

 

Responda A para 1917 e B para 2017.

1° Questão 

O ano começa com uma tensão política, fatores externos criam uma crise econômica interna. 1917 ou 2017?

2° Questão 

Uma série de greves se espalha pelo país culminando na greve geral. 1917 ou 2017?

3° Questão

A polícia age com violência não percebendo que, ao agredir o trabalhador, está agredindo sua própria classe. 1917 ou 2017?

  Questão

O governo acusa os manifestantes de desordeiros. 1917 ou 2017?
 Questão

A  grande imprensa tenta descaracterizar o movimento dos trabalhadores que ocupam as ruas. 1917 ou 2017?

6° Questão
Os amarelos existiam para dividir as pessoas pobres confundindo os menos esclarecidos. Muitas pessoas acreditavam que eram cidadãos de bem. 1917 ou 2017?

 Questão
O país é governado por um presidente que tinha sido vice, este presidente é amigo das elites. 1917 ou 2017?

GABARITO.

1° Resposta (A) Em 1917 o mundo passava pela primeira guerra mundial, o que elevou a inflação e a escassez de alguns produtos, no âmbito político, o Brasil declarava guerra à triplice aliança devido ao afundamento de navios brasileiros, perdendo a neutralidade garantida pela Convenção de Haia. Você colocou a culpa no “Maiquel Temer”?

Resposta (A) O movimento operário de influência anarco-sindicalista liderou a maior greve já vista até então, reivindicavam direitos trabalhistas, aumento salarial e melhores condições de trabalho. Nessa greve os trabalhadores ganharam alguns direitos. Em 2017, perdemos direitos.
Resposta (A)

A polícia matou a tiros o jovem sapateiro anarquista sindicalista vinculado à Federação Operária de São Paulo (FOSP) e a Confederação Operária Brasileira (COB). No dia 9 de Julho de 1917, aos 21 anos de idade Martinez foi morto pela polícia de São Paulo quando participava da greve. Pouca coisa mudou não é?

Resposta (A)
Em 13/07/1917 foi publicada uma nota da delegacia geral nos principais jornais que dizia o seguinte:

“pedimos ao povo pacifico que se recolha às suas casas para não ser recolhido no meio dos desordeiros (…), pois a policia (…) vai manter a ordem, para isso empregando os meios mais energéticos”. E nem eram os “mascarados”!.

Resposta (A)

“Em São Paulo só não ganha dinheiro quem não trabalha, só é pobre quem é vadio”.
Correio Paulistano – junho/1917.
Pois é, a Globo e sua tropa só nasceriam em 1965.

Resposta (A)

Os amarelos eram dirigentes sindicais normalmente formados ou financiados pelos patrões com o objetivo de, pela divisão os trabalhadores, defender seus próprios interesses e não os da classe trabalhadora. São contrários à greve e adotam posição conciliadora. A denominação de “amarelos” (ou Krumiros) decorre da fama de fura-greves que tinham os orientais no século XIX na França. Por algum momento pensou em patos de borracha e pessoas de camisa da seleção dizendo “somos todos Eduardo Cunha”?
Resposta (A)

Venceslau Brás sucedeu o governo do qual fora vice-presidente da República, de Marechal Hermes da Fonseca (1910-1914), devido aos conflitos no governo Hermes da Fonseca as elites apostaram em um governo civil. De novo não é o “Maiquel”

Se por acaso errou algumas, não se preocupe, não é sua noção de história que está ruim e sim o movimento cíclico das elites que governam o país que fazem 2017 parecer com 1917, talvez pelo fato de pouco termos progredido, talvez por estarmos retrocedendo cem anos com as “reformas”. Nesse caso, as semelhanças não são meras coincidências e sim a repetição da história. Para isso vale lembrar a passagem de Karl Marx que diz: “A história se repete, primeiro como tragédia, a segunda como farsa”.

 

About Rafael Pires de Mello

Rafael Pires de Mello é formado em filosofia pela UFPR, gosta de inutensílios como cinema,literatura,música e é claro o maior de todos, filosofia. Tem a tendência de chorar com música romântica quando bebe demais.